Baralho do Exu Natural

Baralho do Exu Natural

O Baralho do Exu Natural é uma ferramenta para direcionar as pessoas em sua evolução. Seu início remonta há muitos anos atrás, durante a pandemia, quando estávamos fazendo uma meditação guiada com o guia-chefe. Se eu não me engano, o Caboclo se apresentou no alto de uma montanha ou colina, mostrando vários pontinhos andando em círculo (pessoas) e indicando que nosso papel seria tirá-las desse círculo, direcionando-as.

Passou-se muito tempo desde então e, em março do ano passado, conversando com uma amiga, ela me disse que a energia da raiva era uma energia criadora. Pouco tempo depois, fiquei bravo com meu pai e, em vez de me acalmar, como normalmente faria, deixei a energia fluir. Saí para andar, mas não soube canalizá-la, e aquilo foi me deixando cada vez pior. Até que, frustrado, lembrei do livro de Exu que estava lendo e pensei: “E se eu criasse um baralho?” E, assim, nasceu o Baralho do Exu Natural.

Logo em seguida, sabendo que minha mãe é uma ótima cortadora de papel com régua, pedi a ela que cortasse os papeis do primeiro baralho. Uma vez envolvido nesse projeto, peguei uma vela magenta e a acendi para Mãe Obá, a Senhora da Verdade, perguntando se aquilo era verdadeiro — e recebi um sim!

De lá para cá, o baralho cresceu, ao mesmo tempo em que eu realizava atendimentos e recebia ótimos feedbacks. Ele ganhou cartas oficiais e o jogo foi se modificando.

Mas, afinal, quem é o Exu Natural? Por que ele está respondendo às cartas?

Na linha da Umbanda Sagrada, acreditamos que todos os médiuns conseguem incorporar Ogum ao mesmo tempo. Mas por que isso acontece? Ogum se multiplica? Faz mitose? Meiose? Não! Para nós, existe o Orixá Ogum Maior, um poder que está presente para tudo e para todos o tempo todo, que chamamos simplesmente de Orixá Ogum e não incorporamos. Assim, existem os Orixás “menores” ou pessoais, que estão em uma vibração distinta e acompanham cada médium. Esses Ogums, como o Beira-Mar, Ogum Megê, etc., são aqueles que incorporamos. O mesmo ocorre com Oxalá, Xangô e todos os 14 Orixás que cultuamos, inclusive com o Orixá Exu (poder divino, não o guia espiritual).

Existe, portanto, o Orixá Exu Maior, que está presente para tudo e para todos o tempo todo, assim como existem os Orixás Exus “menores”, ou, como chamamos, Exu Natural. Logo, o Exu Natural é um Orixá, não um guia espiritual.

Ok, Bruno, entendi. Mas por que ele direciona a evolução? O que isso tem a ver?

Tudo! De acordo com o Mestre Rubens Saraceni, no livro Exu: O Mistério Revelado, cada um de nós é acompanhado por um Exu Natural, independentemente de sermos médiuns ou não, umbandistas ou não. O papel dele é nos fortalecer quando nossa evolução está reta e virtuosa ou nos enfraquecer, transformar e redirecionar quando nossa evolução está torta e desvirtuada. Logo, ele tem um papel intimamente ligado à Evolução!

Além disso, Pai Rubens nos ensina que ele habita uma dimensão à esquerda da nossa. Por viver nessa dimensão, ele consegue ver tanto a nossa realidade quanto a dos Orixás. Por isso, ele seria, nas palavras de Pai Rubens, o melhor intérprete das vontades maiores dos Orixás. Isso fundamenta o motivo de ele responder no baralho e estar tão ligado ao direcionamento da evolução.

Praticar o baralho é extremamente interessante, porque o Exu, muitas vezes, faz o papel de espelho, mostrando como a pessoa é, sem que eu a conheça. As correspondências das informações têm sido maravilhosas, e os feedbacks me mostram que o baralho tem ajudado muito. É um oráculo que faz parte da Umbanda, e é justamente por isso que não cobro pelos atendimentos, repetindo as palavras do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas:

“O que recebemos de graça, daremos de graça.”

Cada atendimento é único e conta uma história única, o que faz meu coração se alegrar por poder ajudar, como Pai Oxóssi, direcionando nesse vasto campo da evolução.

Laroyê Exu!
Axé!

Foto: Bruno Apollaro Zanin