Por que usamos ervas na umbanda? De que formas usamos elas?

Por que usamos ervas na umbanda? De que formas usamos elas?

Nas religiões em que há Orixás, como é o caso da Umbanda Sagrada, que seguimos no TSA, encontramos o uso de ervas. Existe um interessante provérbio nagô, do continente africano, que diz: “Kosi ewe, kosi Orisa”, que se traduz livremente como: “Sem folhas, sem Orixás.”

De forma resumida, podemos dizer que os Orixás trabalham com as energias que compõem nosso planeta e as duas energias que encontramos mais facilmente são as ervas e a água.

A água é o mais vital elemento para nossa sobrevivência no corpo físico; os planos espirituais de onde viemos e para onde vamos – a mpemba, reino de Iemanjá – é o oceano.

As ervas, por sua vez, carregam a energia da vida. Oxóssi é o Orixá que representa a prosperidade, e as ervas, por sua vez, prosperam sobre todas as outras formas de vida.

Essas duas energias juntas produzem a vida, e combinadas, reproduzem a vida. Juntas elas alteram os fatores de nossas vidas, haja vista o uso de banhos, chás e escalda-pés. Porém, conseguimos usar a energia das ervas de outras maneiras: pela defumação e pelo bate-folhas.

Na defumação, usamos a energia do fogo para liberar a energia vegetal e, por meio dos ventos de nossa mãe Iansã, espalhar as funções magísticas das ervas por nosso ambiente. Por exemplo, quando defumamos a casa com lavanda, estamos espalhando os fatores de renovação e purificação que essa erva carrega.

Já no bate-folhas, recebemos as ervas sobre nosso corpo, e elas tocam pontos vitais de nosso corpo energético, afetando-o da forma que seja necessária. Por exemplo, quando o médium passa arruda (dentro de um ritual, seja de benzimento, seja de cura, seja de gira) por nossos pés, ele está fazendo uso dos fatores de limpeza e purificação que essa erva carrega.

Vale dizermos que, às vezes, o guia incorporado ou o benzedor não considera necessário o uso de ervas no seu trabalho. Isso não tira a importância da presença delas no ambiente, pois elas são capazes de absorver energias densas e irradiar energias limpas – e não estamos nem mesmo nos limitando à espiritualidade.

Sabia que plantas como a ‘espada-de-ogum’ e a ‘jiboia’ são capazes de absorver micropartículas de poluição, tornando o ar mais agradável de respirar?

Nesse sentido, podemos pensar que a Umbanda é uma religião essencialmente preocupada com a preservação da natureza.

Assim, não se esqueça: um dos melhores aliados de umbandistas é seu jardim. E seu jardim é a natureza.

Quer saber mais sobre ervas? Leia os livros:

“Rituais com Ervas: O Livro” – Adriano Camargo

“Ervas e benzimentos” – Fábio Dantas

“As Folhas Sagradas” – Diego de Oxóssi

Professor e escritor de São Paulo, sou umbandista desde 2020, Escrevo Literatura, tenho formação em Letras e Oxalá de frente (aluno do desenvolvimento mediúnico de quinta-feira).