
“Comida de Santo”: o que é?
Farinha de mandioca com dendê e cebola roxa… Quindins… Canjica branca com canela… Não, isso não é um cardápio de restaurante, mas algumas das “comidas de santo” que utilizamos na Umbanda (e em outras religiões de matriz africana).
Certamente, vocês já se indagaram sobre a razão de utilizarmos alimentos como oferendas para nossos Guias e Orixás, não é mesmo? Pois bem, essa prática visa a estabelecer uma conexão simbólica e espiritual com essas forças. O uso de alimentos representa uma maneira de honrar, expressar respeito e gratidão e estabelecer uma troca de energias entre os praticantes e as forças oferendadas.
Ao oferecermos algo material, como comida, os praticantes manifestam sua devoção e respeito. Por sua vez, acredita-se que as entidades, por exemplo, podem responder positivamente, auxiliando os devotos em suas necessidades e desafios.
Assim, cada alimento na Umbanda pode ter um significado simbólico único.
Por exemplo, a canjica branca, frequentemente oferecida a Oxalá, está associada ao simbolismo de características atribuídas a esse Orixá. Oxalá, considerado o Orixá maior, está ligado à pureza, paz, sabedoria e criação. A canjica branca é vista como um alimento que simboliza a pureza, paz e harmonia, inclusive em sua cor branca.
Também temos a tradicional feijoada de Ogum. A feijoada é um prato típico brasileiro, composto principalmente de feijão-preto e carne de porco.
Ogum é considerado o Orixá guerreiro, associado à força, coragem, guerra, ferro e proteção. Sendo assim, temos o feijão-preto simbolizando a base e a sustentação e a carne de porco representando a força e determinação.
Também é comum oferendar frutas, de modo que cada uma tem seu significado simbólico, levando em consideração sua cor, sabor e características, que são intimamente associadas às entidades espirituais e aos Orixás.
Preparando uma comida ritualística
O preparo dos alimentos para as oferendas é um ritual marcado por respeito e intenção. Acredita-se que a energia do preparador influencia significativamente no resultado final. Sugere-se realizar uma limpeza e purificação, tanto do local, quanto dos alimentos, por meio de orações, defumações ou outros procedimentos escolhidos pelos praticantes.
A escolha dos ingredientes, com amor e boas intenções, cria uma conexão ainda mais profunda com os guias e Orixás. Durante o preparo, é essencial manter concentração e consciência, cultivando uma atitude de respeito e devoção.
A sugestão é ouvir um ponto cantado para saudar o Orixá e pedir suas bênçãos enquanto o preparo está sendo feito.
Na montagem da oferenda, a ênfase recai sobre o capricho, lembrando sempre que isso é um presente.
O fundamental é recordar-se de que, tudo que é feito com amor, carinho e devoção, é sempre recebido positivamente por todas as entidades e Orixás.
Fique ligado para mais informações a respeito da comida de santo!
TABAJARA ALVES DE OLIVEIRA
Gostei muito. Aguardo ansioso para novas publicações. Parabéns!
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