Eu fui jogado da carroça do Cigano

Eu fui jogado da carroça do Cigano

Nosso Pai espiritual e dirigente do TSA Paulo Zanin compartilhou uma história sobre o início do TSA que tem tudo a ver com a nossa terceira edição, sobre os ciganos! Confira!

Segue uma história sobre o início do TSA que quase ninguém conhece…

Em fevereiro de 2019, eu fui para Atibaia para jogar cartas com uma moça que jogava incorporada. Naquele jogo, ela me dizia que o momento de abrir o terreiro estava chegando e que eu receberia a notícia da minha saída do terreiro que eu frequentava pelo próprio cigano Alejandro (entidade do pai da casa que eu frequentava).

Saí de lá não acreditando na fala dela; tinha como meta estar na minha casa para sempre! Porém, as diferenças doutrinárias entre a Umbanda Tradicional e a Umbanda Sagrada acabaram interferindo no meu relacionamento com o Pai de Santo, e foi difícil encontrar um meio termo, como havia no início.

Enquanto ele não gostava da Magia Divina e nem da Umbanda Sagrada, as entidades dele me diziam exatamente o contrário. Cheguei a ouvir do Zé Boiadeiro: “Você sabe fazer sozinho o que o burro só faz quando estamos montado.”

Até que, enfim, o Alejandro (carinhosamente chamado de Bruxo pelo cigano que me acompanha) me deu uma pulseira na última gira de ciganos de que participei e disse: “Menino, continue a estudar e fazer o elo entre o velho e o novo na religião. Se você sempre olhar para a frente, sem esquecer da estrada que passou, você será um grande Babá.”

Naquela noite, ele não me disse para sair como a oraculista falou, mas, no dia seguinte, o Pai de Santo entrou no grupo de WhatsApp e disse que tinha sido intuído pelo Alejandro a colocar um texto cujo título era: “Aquilo que cai da carroça do cigano não lhe pertence mais!”

Na explicação deixada pelo Alejandro, o que cai na estrada tem um destino novo – o cigano que deixou algo cair, não precisava mais disso. Ao ler aquelas palavras, eu entendi que o Alejandro estava me dizendo adeus e me “deixando na estrada” para seguir meu caminho! Agradeci em pensamento e uso a pulseira até hoje em homenagem àquela entidade que muito me ensinou. 

Me despedi da casa e, naquele março de 2019, o Vô José disse que estava na hora. Nascia ali um Pai de Santo sem filhos e que hoje, depois de cinco anos, tem muitos para guardar no coração, cada um do seu jeito e sem se importar se vão ficar uma semana, um mês ou a vida toda juntos!

Abençoado seja o Alejandro que me “jogou da carroça”!

Abençoado seja o Vô José que disse “chegou a hora”!

Abençoada seja a Carol que já começou ali a organizar tudo!

Amo ser Umbandista, amo ser Pai de Santo, amo dividir com vocês essa jornada que nos torna melhor a cada esquina!

Axé

Zanin