
O Sol Voltou a Brilhar
Este ano completo 11 anos na Umbanda, 11 anos do dia em que pedi ao Pai Olorum que me desse um caminhar onde eu pudesse auxiliar meus irmãos na caridade e ser auxiliada nas aflições da vida.
Tudo começou em uma conversa no escritório onde eu desabafava com uma colega o quanto meus caminhos estavam turbulentos, repletos de desafios na carne e no espírito, a esperança se esvaía a cada dia e a alegria irradiante que um dia fora minha principal característica já não habitava meu olhar.
Decidi então conhecer o pequeno Terreiro desta colega de trabalho para ver se de alguma forma as minhas tormentas teriam um fim. Foi em um sábado quando adentrei em uma casa simples de madeira com poucos lugares e tive então o primeiro contato consciente com a espiritualidade, digo consciente pois desde pequena via e falava com seres ao meu redor.
Neste dia vislumbrei a possibilidade de ser acolhida em um lugar onde eu poderia ser curada das enfermidades conhecidas e das desconhecidas que os espíritas haviam tentado auxiliar sem sucesso devido as interferências constantes de obsessores e falta de seguimento por minha parte.
Em poucas semanas tive a curiosidade de conhecer outra casa onde o filho desta minha colega que era médium no primeiro terreiro estava sendo tratado de psicose e que muito se assemelhava com o comportamento demonstrado em recentes ataques de pânico que tive durante o período.
A primeira gira ao som dos atabaques a gente nunca esquece! Como suportar tamanha alegria que brotava em meu coração a cada batida que preenchia meu ser de felicidade? Ao me consultar com a “Moça vestida de vermelho” só sentia as lágrimas correrem pelo meu rosto com a certeza que ali era meu lugar.
Anos se passaram, eu então trabalhava como cambone, sem a menor ideia de que um dia poderia realizar o trabalho daqueles que ali estavam a ajudar no amor e na caridade todos que se dispusessem ouvir e honrar os direcionamentos transmitidos.
Acredito hoje que a missão desta casa, foi de me mostrar que eu sempre deveria ser humilde para entender que meu corpo seria a ferramenta para auxiliar ao próximo e que a vaidade me distanciaria deste propósito.
Decidi então aprofundar meus conhecimentos na religião e busquei uma escola Templo, onde pude aprender que a Umbanda realmente tem fundamento e é preciso estudar. A experiência se tornou ainda mais rica com a chegada de rostos conhecidos e que hoje os chamo respeitosamente de Pai e Mãe.
Dois anos se passaram e ao concluir o curso minha vida ainda apresentava turbulências, mas eu conseguia através dos ensinamentos e conexões com guias e Orixás minimizar os impactos.
A vida seguiu e um dia recebi com grande surpresa a ligação do então amigo de fé Zanin que me convidava para uma reunião no Congá de sua casa a pedido do Vô José. Sentados no chão começamos a organizar os primeiros passos do Templo Sol de Aruanda.
Não demorou muito e recebi a proposta de seguir meu caminho profissional em outro país, mas nunca deixei de acompanhar o crescimento do TSA.
Durante 5 anos pude participar como “membra honorária” presente em muitas giras, festas e oferendas pude ver muitas pessoas encontrarem seu caminho e ter a benção de poder estudar e evoluir espiritualmente.
Ao retornar ao Brasil pude voltar aos trabalhos e estudos no TSA, que orgulho fazer parte desta casa onde a espiritualidade de cada um é respeitada e os ensinamentos são levados a sério e cada fundamento é transmitido com amor.
Sigo honrando os ensinamentos recebidos e ao auxiliar tantas pessoas, a alegria voltou para minha vida e novamente é a minha característica mais forte.
Agradeço ao nosso Pai Olorum, sagrados Orixás, Pai Zanin, Mãe Carol e irmãos de fé por cada dia vivido na fé! E principalmente ao TSA que completou esse ano 5 anos de vida.
Saravá! Axé!
Ilustração: Fernanda Vogt
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